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27 dezembro, 2013

Doce Solidão

"A noite chegou, o trabalho acabou, é hora de voltar para casa. Lar, doce lar? Mas a casa está escura, a televisão apagada e tudo é silêncio. Ninguém para abrir a porta, ninguém à espera. Você está só. Vem a tristeza da solidão… O que mais você deseja é não estar em solidão…

Mas deixa que eu lhe diga: sua tristeza não vem da solidão. Vem das fantasias que surgem na solidão. Aí vc pensa que sair é o remédio, encontrar-se com a turma para encontrar a alegria da festa. Você vesti-se, saí, vai para festa… Mas na festa percebe que festas reais não são iguais às festas imaginadas. É um desencontro, uma impossibilidade de compartilhar as coisas da sua solidão… A noite está perdida.

Como é que a sua solidão se comporta? Ou, talvez, dando um giro na pergunta: Como você se comporta com a sua solidão? O que é que você está fazendo com a sua solidão? Quando você a lamenta, você está dizendo que gostaria de se livrar dela, que ela é um sofrimento, uma doença, uma inimiga… Aprenda isso: as coisas são os nomes que lhe damos. Se chamo minha solidão de inimiga, ela será minha inimiga. Mas será possível chamá-la de amiga? Sim.

Faça uma pergunta que julgo fundamental e que proponho a você, como motivo de meditação: Minha solidão? Há uma solidão que é minha, diferente das solidões dos outros? As grandes comunhões não acontecem em meio aos risos da festa. Elas acontecem, paradoxalmente, na ausência do outro. Quem ama sabe disso. É precisamente na ausência que a proximidade é maior. Aproveite sua "solidão" pra se aproximar de Deus e ela se tornará sua amiga e não inimiga."


(Rubens Alves)

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